02/09/2011 -
12h52
Maurício Savarese
Especial para o UOL Ciência e Saúde
Em Brasília
Em Brasília
A
divulgação feita pelo governo nesta sexta-feira (2) de que 62% do desmatamento
na Amazônia Legal até 2008 tem ligação direta com pastagem serve também para
provar que a agricultura não afeta a natureza em larga escala e que pode
melhorar sua produtividade em espaços que já ocupa. É essa a avaliação da
ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira, após o lançamento do Terra Class
– que faz monitoramento mais próximo dessa região composta por nove Estados.
O
levantamento detectou 447 mil quilômetros quadrados – área equivalente aos
Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba e Alagoas –
com danos ao meio-ambiente causados diretamente pela criação de gado. A
agricultura, em contra partida, é responsável por apenas 5% do desmatamento –
ou 3,4 milhões de hectares. As áreas degradadas, que por muito tempo
preocuparam o governo, são responsáveis por não mais que 0,1% dos prejuízos.
“Quem
discute que tem de desmatar para ter agricultura na Amazônia tem uma visão
equivocada. Temos que ter política sim para aumentar a eficiência da pecuária”,
afirmou a ministra depois da publicação do estudo feito pela Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e pelo Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais).
“A
agricultura anual não é responsável pelo desmatamento na Amazônia. Temos um
problema sim na pecuária. Precisamos ver a viabilidade econômica, a regularização
fundiária e incrementar a produtividade dela por hectare. Haver menos de uma
cabeça de gado produzida por hectare é inaceitável”, disse.
Extensão
para o Cerrado
Novas
tecnologias permitiram ao poder público contar de 20 em 20 metros ou de 30 em 30 metros os quase 720
mil quilômetros quadrados de áreas desmatadas nos Estados (Acre, Amazonas,
Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins). O Terra
Class, o sistema gera uma classificação dos diversos usos e situações na
região.
As
análises foram feitas com informações do levantamento detalhado feito até 2008,
obtidas pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia
Legal), do Inpe. O governo já estuda utilizar a mesma ferramenta para conter o
desmatamento no Cerrado, abrangido por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Distrito Federal, Tocantins, Maranhão, Piauí, Minas Gerais e Bahia.
“Queremos fazer isso já no ano que vem”, disse Izabella.
A
pesquisa teve apoio do Ministério do Meio Ambiente, graças ao Programa Piloto
para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7). Essa iniciativa é
financiada pelos sete países mais ricos do mundo, pela Holanda e pela Comissão
Europeia, com a ajuda do Banco Mundial. Os recursos vieram da Fundação de
Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais – Funcate.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/09/02/dados-provam-que-agricultura-nao-precisa-de-desmatamento-diz-ministra-do-meio-ambiente.jhtm
0 comentários:
Postar um comentário